sábado, 31 de outubro de 2009

Tecnologia para a sociabilização das pessoas com deficiência

SCARPA destaca intercâmbio entre desenvolvedores e usuários
O surgimento das novas tecnologias com a adequação e o aprimoramento dos tradicionais instrumentos de assistência às pessoas com algum tipo de deficiência física proporcionaram diversos avanços na questão da sociabilização. Melhoria na qualidade de vida, conquista da independência, mobilidade emancipada e a quebra das barreiras de comunicação são as metas de quem desenvolve soluções para este público. Com o tempo, as limitações físicas, sensoriais ou mentais começam a ser desfeitas através da adaptação da tecnologia à vida dessas pessoas. A chamada Tecnologia Assistiva ganha espaço e passa a ser a principal aliada dos deficientes físicos no desenvolvimento de atividades básicas do dia a dia.


Criado há 11 anos, nos Estados Unidos, o termo Assistive Technology - em português, Tecnologia Assistiva - pode ser definido como o conjunto de equipamentos, adaptações para instrumentos, serviços e recursos estratégicos utilizados para reduzir os obstáculos enfrentados pelas pessoas que possuem algum tipo de deficiência física. Todo este aparato deve ser produzido sob medida para que seus usuários mostrem e desenvolvam suas habilidades. No Brasil, o termo ganhou algumas adaptações e também pode ser chamado de “Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio”, “Tecnologia Adaptativa” ou, simplesmente, “Adaptações”. A Tecnologia Assistiva trouxe significativos avanços e melhorou o bem-estar de milhares de brasileiros especiais, mas muita coisa ainda precisa ser feita.

Para discutir os problemas que ainda precisam ser resolvidos no campo da Tecnologia Assistiva e apresentar as últimas inovações tecnológicas voltadas a oferecer uma melhor qualidade de vida, Recife sedia, esta semana, a 1° Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva de Pernambuco, simultaneamente com o 2° Congresso Muito Especial de Tecnologia Assistiva. O evento que começou ontem e vai até a próxima sexta-feira, no Centro de Convenções de Pernambuco, é realizado pelo Instituto Muito Especial em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e reúne especialistas, pesquisadores, governo federal, iniciativa privada, sociedade civil e ONGs. A feira contará com mais de 30 expositores que irão apresentar suas mais recentes criações tecnológicas.

“O Congresso e a Feira Muito Especial de Tecnologia Assistiva têm como objetivo trabalhar as técnicas para assimilar os equipamentos, abrindo um novo espaço para que os desenvolvedores mostrem seus trabalhos”, afirma o presidente do Instituto Muito Especial, Marcus Scarpa. Segundo ele, o evento também possibilitará uma maior integração entre as partes diretamente interessadas nos projetos. “É importante que se crie um intercâmbio de pensamento entre universidades, empresas e os deficientes, para que haja uma maior sensibilização de toda comunidade científica e da sociedade”, explica Scarpa.

O engenheiro da Divisão de Robótica e Visão Computacional, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia -, José Antônio Beiral, também acredita que a feira e o congresso servirão como importantes instrumentos de diálogo e profusão de conhecimento das Tecnologias Assistivas. “As pessoas que possuem algum tipo de deficiência terão a oportunidade de verificar se determinada tecnologia é adaptável ou não às suas necessidades e se o preço do produto é compatível com o seu poder econômico. Já as empresas poderão interagir com centros de pesquisas, fornecedores de equipamentos e distribuidores, além de ter o contato com os usuários”, afirma Beiral, que é gestor do projeto Auxilis, responsável por desenvolver protótipos de baixo custo utilizando tecnologia de ponta.(Folha de Pernambuco)

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