quinta-feira, 4 de junho de 2009

Médicos do Recife param segunda-feira

A possibilidade de greve virou realidade. Em assembleia geral realizada no auditório da Associação Médica de Pernambuco, na manhã de ontem, os médicos vinculados à rede municipal do Recife decidiram paralisar as atividades por uma semana, a partir da próxima segunda-feira, quando a categoria realizará manifestação na Policlínica Ana Moura, na Tamarineira. Agora, os médicos se juntam aos técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem do município e servidores de saúde do Estado que também estão em greve.
Durante a assembleia, cerca de 200 médicos avaliaram que as negociações com o Secretaria de Saúde não avançaram. Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), a prefeitura continua sem contemplar os profissionais que atuam na Estratégia de Saúde da Família (PSF) e no Samu, reivindicações colocada em pauta em julho de 2008. Desde então a ameaça de greve rondava o Recife. Só em maio, o Sindicato realizou três paralisações de advetência por 48h. Segundo o diretor do Simepe, Tadeu Calheiros, os cerca de 1,3 mil médicos exigem equiparação salarial com os médicos do Estado, melhores condições de trabalho, estruturação da rede e acolhimento à população.
Pego de supresa com a decisão da categoria, o secretário de Saúde, Gustavo Couto, afirmou que a proposta apresentada atende as reivindicações de maneira concreta e dentro do orçamento viável da Prefeitura. Atualmente, os médicos diaristas de Pernambuco recebem R$ 3.060,00 enquanto os da Prefeitura ganham R$ 1,9 mil. A proposta do governo é pagar R$ 2.966 a partir de julho deste ano. Já os plantonistas do Estado recebem R$ 3,8 mil (com previsão de ganhar R$ 5 mil em junho de 2010) e os da Prefeitura do Recife ganham R$ 2,9 mil. A prefeitura sugeriu reajuste de R$ 4.238. Para profissionais do Samu, que atualmente recebem R$ 3,8 mil, a categoria reivindica R$ 5,1 mil e a contraproposta da prefeitura é aumentar para R$ 4.830. Já para os funcionários do PSF, que recebem R$ 5.484 mil, o sindicato quer quase 100% de aumento, e a prefeitura oferece R$ 6.516 mil.
“São aumentos expressivos que nenhuma categoria neste contexto de crise conseguiu. Além do reajuste, propomos também projeto de qualificação profissional, aplicação de R$ 15,5 milhões para melhorar as unidades de saúde e R$ 31 milhões para abastecer a rede só neste ano, e já estamos convocando 81 médicos para reforçar o quadro profissional”, explicou o secretário. Durante a greve, os PSFs, os serviços ambulatoriais e eletivos não estarão funcionando e só seram mantidos os atendimentos nas maternidades, emergências e Samu. Só com a paralisação do PSF, 850 mil pessoas ficaram desassistidas.

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