Médicos afirmam que não serão necessárias mais cirurgias ou medicamentos |
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SALVADOR (Folhapress e AE) - O garoto de dois anos que teve mais de 30 agulhas introduzidas no corpo deixou ontem o Hospital Ana Néri, em Salvador, onde ficou internado por 36 dias. O menino voltou para Ibotirama, a 668 quilômetros da capital da Bahia, onde mora com a família. O transporte foi feito em um avião da Polícia Militar.
De acordo com a equipe médica do hospital, a criança não precisa mais de intervenções cirúrgicas ou medicamentos e tem todas as funções orgânicas normais. “Nossa maior preocupação, agora, é com a saúde psicológica desse menino”, afirma a coordenadora de Cardiologia Pediátrica, Isabel Guimarães. “Elaboramos um programa de acompanhamento ambulatorial e psicológico dessa criança”. Em 30 dias, está previsto o retorno do menino para Salvador, para passar por uma bateria de exames.
Segundo Isabel, as três cirurgias realizadas no menino removeram todas as agulhas que haviam sido inseridas inteiras na criança - total de 22. “Havia também diversos fragmentos de agulhas, dos quais cinco continuam no corpo do menino, mas que não oferecem nenhum tipo de risco à saúde dele”, garante.
Antes de deixar o hospital, a mãe da criança, Maria Souza Santos, de 38 anos, agradeceu o apoio da população, o esforço dos médicos e os presentes que recebeu - dezenas de brinquedos. Também disse não ter interesse em perdoar o ex-companheiro Roberto Carlos Magalhães, que confessou ter inserido as agulhas na criança. “Como é que vou perdoar o assassino que queria matar meu filho?”, argumentou.
Magalhães foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio qualificado, junto com sua suposta amante, Angelina Ribeiro dos Santos, que nega ter participado do crime. Os dois estão detidos em delegacias de municípios do oeste baiano. As penas previstas para o crime vão de 4 a 20 anos de prisão.